As entrelinhas do consumo e a repercussão sócio-política do modelo neoextrativista de desenvolvimento na dignidade humana


Mais um bate-papo, desta vez na UERJ.

Vejo vcs por lá!
 
http://filosofonet.wordpress.com/2011/04/16/os-fundamentos-psicologicos-da-sociedade-do-consumo/

  As entrelinhas do consumo e a repercussão sócio-política do modelo neoextrativista de desenvolvimento na dignidade humana

Há muitos modos da violência manifestar-se no cotidiano das cidades e das pessoas que nelas vivem. Discutir estas formas nem sempre explícitas de violência é sempre um modo de aprofundar o debate sobre a dignidade humana em uma perspectiva histórica e pluricultural. Tal perspectiva  não só problematiza o próprio conceito de dignidade, mas também alarga a percepção acerca das múltiplas formas de violência naturalizadas pelo modelo de desenvolvimento e pela matriz epistemológica moderno-ocidental com que ele dialoga.

Há, sem dúvida, muitas formas de se discutir este modelo de desenvolvimento e seus impactos na dignidade humana. Nesta conferência, utilizaremos o consumo, na sua condição de narrativa social, como fio condutor para a análise destes impactos, debatendo questões como a divisão internacional (e sexual) do trabalho, o epistemicídio (Santos, 2007a) e etnocídio indígenas em virtude de megaprojetos de energia e mineração, as condições de saúde dos trabalhadores e as representações hegemónicas de gênero, para citar alguns problemas que integram um cenário de violência estrutural. Entendendo que os apetites da sociedade de consumo alimentam, invisibilizam e mesmo naturalizam algumas mecânicas de construção da desigualdade, discutiremos, entre outras questões, os limites de agenda da sustentabilidade (ambiental) e os riscos de banalização da consciência em meio aos debates sobre consumo. Falaremos também das novas sociabilidades trazidas pelas formas de consumo solidário e da importância da tradução intercultural para a construção de uma agenda comum de luta, no embate frequente dos movimentos sociais com o modelo neoextrativista de desenvolvimento que hoje se espraia na América Latina. 

Partindo dos conceitos de "linha abissal" e de "fascismo social", do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, e dos conceitos de "identidade predatória" e "medo ao pequeno número", do antropólogo indiano Arjun Appadurai, refletiremos sobre os múltiplos (e nem sempre visíveis) processos de violência material e simbólica por trás dos fluxos de bens e serviços. Mas ainda - e como não poderia ser diferente - analisaremos de que forma é possível evocar, hoje, o caráter pluricultural da dignidade humana, na recusa da banalização do político, bem como do silenciamento da diferença.

Conferencista: Luciane Lucas (CES/Universidade de Comibra)
Data: 29/06/2013(sábado)
Horário: 9h às 12h
Local: Sala RAV102 – 10º andar - UERJ Maracanã

Link original de divulgação do evento: http://www.lacon.uerj.br/post/conferencia-entrelinhas-do-consumo-e-repercussao-socio-politica-do-modelo-neoextrativista-de-de

Para ler mais: 

SANTOS, Boaventura de Sousa (2007a), Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo.
SANTOS, Boaventura de Sousa (2007b), “Para além do pensamento abissal”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, Outubro 2007: 3-46.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (2009) (orgs.), Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina.
SANTOS, Luciane Lucas dos (2011), “Os clubes de troca na economia solidária: por um modelo crítico e emancipatório de consumo”. In Pedro Hespanha e Aline Mendonça dos Santos (orgs.), Economia Solidária: questões teóricas e epistemológicas. Coimbra: Almedina.
SANTOS, Luciane Lucas dos (2012), “A educação para o consumo no espaço da escola: criando as bases para o consumo crítico e solidário”. In Juscelino Dourado e Fernanda Belizário (orgs.), Reflexão e Práticas em Educação Ambiental. São Paulo: Oficina de Textos.

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